A mãe de Cleo Smith declarou que “a família está completa novamente” depois que sua filha, de quatro anos, foi encontrada viva e bem mais de duas semanas após desaparecer de um camping no remoto oeste da Austrália.
Segundo a polícia de Western Australia (WA), Cleo foi localizada sozinha em uma casa em Carnarvon — cerca de 900 km ao norte de Perth — por volta de 1h da madrugada de quarta-feira, 3 de novembro de 2021. Pouco depois, um homem foi preso. O comissário de polícia, Chris Dawson, afirmou que o detido tem 36 anos e que “não há ligação familiar” com a criança. A residência foi tratada como cena forense, e peritos vasculharam o local em busca de evidências que expliquem como a menina foi levada.
“Encontrar uma garotinha vulnerável após 18 dias… muita gente teme o pior, mas a esperança nunca se perdeu”, disse Dawson. “O fato de ela ter sido encontrada com vida… a Austrália inteira comemora. É um desfecho maravilhoso.” Ele creditou à comunidade — especialmente em Carnarvon — a ajuda decisiva ao repassar informações, incluindo a respeito de um carro ligado ao desaparecimento.
Por volta das 6h da manhã (horário local), a mãe, Ellie Smith, publicou no Instagram: “nossa família está completa novamente”.

O vice-comissário Col Blanch contou que os policiais arrombaram a porta da casa trancada e encontraram Cleo em um dos cômodos. “Cleo está viva e bem. Um dos agentes a pegou no colo e perguntou: ‘Qual é o seu nome?’. Ela respondeu: ‘Meu nome é Cleo’.” Pouco depois, a menina se reencontrou com os pais.
Cleo havia desaparecido do camping Blowholes, perto de Carnarvon, no dia 16 de outubro de 2021. A mãe foi a última a vê-la naquela madrugada: por volta de 1h30, a menina acordou pedindo água e voltou a dormir. Pela manhã, Cleo e seu saco de dormir não estavam mais na barraca. A posição do zíper — alto demais para que ela alcançasse sozinha — reforçou, desde o início, a suspeita de sequestro.
A operação montada pela polícia foi uma das maiores já vistas na região: um grupo de trabalho com cerca de 100 agentes, liderado pelo detetive-superintendente Rod Wilde, baseou-se em Carnarvon durante 18 dias, empregando até aeronaves de reconhecimento para vigilância em tempo real. Especialistas de proteção à infância de todo o país acompanharam o caso e parabenizaram a equipe pelo resgate.
A notícia provocou reações imediatas de líderes nacionais. O então primeiro-ministro, Scott Morrison, classificou o achado como “uma notícia maravilhosa e um enorme alívio”, agradecendo à polícia e a todos os envolvidos. O líder trabalhista, Anthony Albanese, afirmou ser “uma notícia muito feliz” e também prestou agradecimentos. O comissário de polícia de New South Wales, Mick Fuller, disse que seu colega de WA “chorou ao receber a notícia” e ressaltou que o desfecho foi fruto de “bom e tradicional trabalho policial”.
O homem detido em Carnarvon foi levado para interrogatório. As autoridades disseram que novas informações seriam divulgadas ao longo do dia. Para a família e para o país, porém, o essencial já estava dito: “Bem-vinda de volta para casa, Cleo”.
Fonte: The Guardian